Gasoduto em Maricá: especialistas alertam para
necessidade de Plano Nacional de Contingência
SÃO PAULO e RIO – O óleo que vazou do terminal da Transpetro,
subsidiária da Petrobras, em São Sebastião (SP), chegou a manguezal da
praia da Enseada, localidade próxima a Caraguatatuba. Fiscais do meio
ambiente do município encontraram uma barreira de contenção encharcada
com o combustível no local. A gravidade do acidente levou o Ministério
Público Federal de São José dos Campos a também abrir inquérito para
apurar as causas do vazamento, que contaminou pelo menos dez praias em
São Sebastião e quatro em Caraguatatuba. O acidente foi na sexta-feira,
durante o abastecimento de um navio no píer da estatal.
—
Aparentemente há responsabilidade do armador do navio e da Petrobras.
Todos vão ser ouvidos e responsabilizados se for provada a culpa — disse
o procurador da República Ricardo Baldani Oquendo.
Na
terça-feira, o Grupo de Atuação Ambiental de Defesa do Meio Ambiente, do
Ministério Público de São Paulo, já havia aberto inquérito. No mesmo
dia, a Cetesb multou a Petrobras em R$ 10 milhões.
Em outra
frente, ambientalistas afirmam que o projeto da Petrobras de levar gás
do pré-sal da Bacia de Santos, por gasoduto, até a praia de Jaconé, em
Marricá (RJ), mostra a urgência de o governo lançar o Plano Nacional de
Contingência.
— Esse projeto passa pela necessidade de se ter a
garantia da capacidade do Estado de acompanhamento, fiscalização e
controle em casos de acidente, o que só é possível com o plano. E o
vazamento em São Paulo, apesar de pequeno, reforça essa necessidade —
disse o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão.
—
Esse gasoduto, pela distância e profundidade, vai ser um desafio
tecnológico para a Petrobras. E o país tem que ter seu plano de
contingência, não pode contar apenas com os planos das companhia — disse
o oceanógrafo David Zee.
Petrobras nega atrasos
A
presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse ontem que
nenhum dos dez projetos de exploração da empresa previstos para entrarem
em operação até 2014 estão em atraso. Segundo ela, uma “interpretação
equivocada dos números” apresentados na terça, gerou a publicação de
informações “equivocadas”:
— No ‘book‘ com essas informações, há
uma fotografia (dos projetos) do mês de janeiro. Então, se aí aparece
que o previsto era 80% e o realizado era 70%, e a data de conclusão é
junho, essa diferença de 10% estará refletida nesta data de junho. Não é
atraso — explicou.
O GLOBO publicou que seis dos dez projetos
previstos para 2013 e 2014 estão atrasados. Os dados constam no Plano de
Negócios 2013/2017, e a Petrobras garantiu que os números eram atuais e
válidos.
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